25 de Abril – Atenção aos Planos de Saúde

A Associação Catarinense de Medicina se engaja ao movimento das Entidades Médicas Nacionais (AMB, CFM e FENAM) repercutindo a grande mobilização em torno da precariedade remuneratória dos médicos e reproduzindo as principais reivindicações apresentadas:
 
• Reajuste do valor das consultas e procedimentos tendo como balizador a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos) em vigor (2012).
• Apoio ao Projeto de Lei 6.964/10, que trata da contratualização e da periodicidade de reajuste dos honorários pagos aos médicos.
• Respeito às coberturas contratuais dos clientes dos planos, conforme Rol de Procedimentos Médicos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
 
No entanto, nosso estado tem questões específicas que não podem ser ignoradas e precisamos alinhar nossas pautas e afinar nossos discursos com base em dados da nossa própria realidade. Com essa motivação, a ACM conduz uma pesquisa de âmbito estadual buscando responder objetivamente quais são os planos mais atendidos, por que parcela de médicos e com que grau de satisfação.
 
Essa pesquisa tem várias etapas, mas alguns dados já se mostram consistentes e nos colocam de frente a particularidades vividas em Santa Catarina que não são contempladas por movimentos generalistas.
 
Dos colegas catarinenses que responderam à pesquisa, 74% atendem planos de saúde e, dentro deste universo, a UNIMED está presente em 72% das agendas, seguida pelo SC-Saúde, com 39%. Na sequência está Agemed com 28%, CASSI com 21% e GEAP com 15%. Os demais compõem um espectro de representatividade progressivamente menor, alguns obedecendo regionalidades bastante específicas.
 
A importância do processo de negociação se apresenta evidente na pesquisa, quando vemos mais da metade dos médicos que atendem SC-Saúde satisfeitos com o plano que foi negociado pelo COSEMESC, na época coordenado pela ACM. O mesmo ocorre com a Eletrosul, plano que adotou a CBHPM vigente em negociação de outubro do ano passado. Os números da Agemed, plano que historicamente se mostra distante das negociações com as Entidades Médicas, reforçam tal conclusão, revelando-nos 68% de colegas insatisfeitos.
 
É momento de revermos estratégias e posicionamentos. A força da classe médica representada e unida é balizadora de nossas conquistas, mas uma abordagem construtivista de negociação por princípios se faz necessária como ferramenta paralela à nossa já desgastada estratégia de conduzir paralisações e negociar pelos canais do conflito.
 
Nessa ótica, a Comissão de Saúde Suplementar da ACM investe no diálogo com TODAS as operadoras, apresentando como referencial legitimador a CBHPM plena, única saída digna para o impasse de valorização do trabalho médico e para o resgate da nossa dignidade profissional. Numa demonstração de boa vontade e entendimento, os representantes da UNIDAS e Diretores da Unimed Grande Florianópolis estiveram recentemente na ACM ouvindo propostas de novos direcionamentos.
 
Nessa linha de negociação não há conflito com o universo cooperativista e não há desgaste antecipado com nenhuma operadora de planos de saúde, mas estamos atentos à ética e ao comprometimento das mesmas com nossos pleitos. Buscamos uma via racional na construção de soluções. A velha receita da força seguirá tendo lugar se não houver diálogo e progressos. Não há espaço para o silêncio.
 
Aguinel José Bastian Júnior
Presidente da ACM