A Organização das Nações Unidas (ONU) encaminhou elogios direcionados ao Conselho Federal de Medicina (CFM) devido à moção da autarquia contrária a “posição de indivíduos, grupos ou governos que pedem o fechamento das fronteiras do continente africano por conta do vírus Ebola”. O documento aprovado pelo Plenário do CFM, em outubro, e enviado a autoridades internacionais e brasileiras, também pede a vigilância sanitária necessária ao controle da epidemia.
Em carta, recebida em 8 de janeiro, o secretário Geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-Moon, diz estar “completamente” de acordo com as teses defendidas no documento aprovado pelo Conselho Federal de Medicina e ressalta ainda a necessidade de conter o avanço do Ebola “sem incitar o pânico e desrespeitar os direitos humanos”.
Assim como o CFM defendeu em sua moção, Ban Ki-Moon ressaltou que a ONU também é contra medidas discriminatórias, como “proibição de viagens, suspensão de vistos e fechamento de fronteiras” e quarentenas obrigatórias para aqueles que retornam de áreas afetadas.
“Os profissionais de saúde que trabalham na região são pessoas excepcionais que colocam suas próprias vidas em riscos para salvar outras. Quando retornam para seus países devem ser apoiados e não estigmatizados”, apontou o sul-coreano.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, a mensagem da ONU é um importante reconhecimento do trabalho da autarquia federal. “Os comentários do Secretário Geral demonstram que os médicos brasileiros estão afinados com a visão internacional sobre o tema. Queremos estreitar a relação com a Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento de projetos que ajudem a saúde mundial”, enfatizou.
Na moção, o CFM manifesta apoio ao empenho das autoridades, empresas e cidadãos no combate da epidemia causada pelo vírus Ebola, que afeta áreas do continente africano, por meio do envio de insumos, profissionais e recursos humanos; e ao desenvolvimento de vacinas e medicamentos de combate e prevenção ao vírus, em condições de produção em larga escala e para distribuição gratuita entre os pacientes.
O Conselho Federal também defendeu que autoridades brasileiras e internacionais implementem amplas campanhas sobre a doença, estimulando hábitos preventivos, indicando formas e locais de tratamento, e esclarecendo sobre formas de contágio, o que ajuda a evitar o avanço do estigma e do preconceito.
As últimas estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicaram que mais de 16 mil pessoas foram infectadas e quase seis mil morreram no que já é considerado o pior surto de ebola da humanidade.
Fonte: CFM
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