SUMMIT ACM 2021 encerra com aprendizados e expectativas para o mundo Pós-Covid

Após mais uma edição de grande sucesso, a Associação Catarinense de Medicina já começa a planejar a programação de 2022, que vai integrar a comemoração dos 85 anos da entidade

Depois de três noites de grandes palestras, painéis e simpósios online sobre os mais importantes assuntos da atualidade envolvendo a medicina e a tecnologia, a quarta edição do SUMMIT ACM encerrou sua programação com a meta amplamente alcançada: unir o ecossistema da saúde para apresentar novas oportunidades e melhorias na qualidade da assistência da população catarinense. Os debates tiveram como tema central a “Aceleração Digital e a Saúde Pós-Covid”, numa indispensável avaliação do momento ímpar enfrentado pelo mundo, que mais uma vez precisa se transformar e gerar soluções para um novo tempo e seus imensos desafios.

Encerrando o evento, o presidente da Associação Catarinense de Medicina, Ademar José de Oliveira Paes Junior, destacou os relevantes resultados dos três dias de completa conexão. “Estou muito contente por realizar mais essa edição do Summit ACM. Trouxemos discussão sobre governança, responsabilidade social e ambiental, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e telemedicina, assim como apresentamos experiências extremamente positivas, que servem de modelo para todo o país. Discutimos sobre formas de repensar o ensino da medicina no Brasil, incorporando a tecnologia e a telemedicina na grade curricular, a exemplo da ACM e da APM (Associação Paulista de Medicina) que já fazem cursos de capacitação para os médicos. Além disso, o Summit foi palco oficial do lançamento do ACM Empresa e do pré-lançamento do MBI World Class Healthcare, criado pela FIESC – Federação das Indústrias de Santa Catarina, com o nosso apoio. Portanto, mais uma vez aprendemos e dividimos conhecimento, cumprindo com nossa missão”.

Com mais esse sucesso conquistado, a ACM já começa a se preparar para a quinta edição do evento, que acontecerá em 2022, quando será comemorado o aniversário de 85 anos da entidade, representando mais um marco na sua jornada e história ao lado dos médicos e da sociedade catarinense.

TELEMEDICINA E TELERADIOLOGIA

A palestra foi apresentada pelo médico Aldemir Humberto Soares, diretor técnico do Serviço de Radiologia Hospital Heliópolis/SP, que destacou o caminho percorrido por essas soluções no país, além de apresentar a legislação que define os cuidados com a prática, na proteção dos pacientes e dos profissionais da medicina à frente do atendimento. “Os quatro elementos pertinentes à telemedicina são: fornecer suporte clínico, superar barreiras geográficas conectando usuários que não estão na mesma localização geográfica, envolver o uso de vários tipos de TDICs e ter o objetivo de melhorar os resultados de saúde”. O palestrante também descreveu algumas das lições aprendidas pelos médicos das diferentes gerações, falou das potenciais armadilhas éticas da telemedicina e sobre as perspectivas. “Se o médico mantiver um forte relacionamento com seu paciente, protegendo sua privacidade, promovendo equidade no acesso e no tratamento, buscando os melhores resultados possíveis, a telemedicina pode aprimorar o exercício da medicina, de modo que todos se sintam confortáveis e seguros”.

TELEMEDICINA – EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL ALBERT EINSTEIN

O ginecologista e obstetra Eduardo Cordioli, gerente médico do Departamento de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, presidente da Saúde Digital Brasil e coordenador do Curso Certificate em Transformação Digital, apresentou a experiência em telemedicina da instituição, uma das mais respeitadas do país. “O paciente descobriu a telemedicina por causa da Covid, mas nós do Einstein já usamos desde 2018, num movimento de crescimento exponencial. Os pacientes gostam do atendimento digital, porque não há nada melhor do que ser atendido no conforto do lar”. Ele ainda apresentou dados de pesquisas nos Estados Unidos e Europa indicando que a maioria dos pacientes deseja teleconsulta, que é apenas uma pequena parte da telemedicina. “O crescimento dessa prática é inevitável. Hoje, toda indústria de serviços está indo para a palma da mão, então é melhor surfarmos nessa onda, ou seremos engolidos por ela. Precisamos entender que a tecnologia ilumina o caminho para o médico agir”.

ENSINANDO TELEMEDICINA

O médico Chao Lung Wen, professor de medicina da USP (Universidade de São Paulo), chefe da Disciplina de Telemedicina com Doutorado em Informática Médica e Livre Docência em Telemedicina, deu uma verdadeira aula sobre o ensino de telemedicina. “Médicos e estudantes precisam entender que a telemedicina é medicina e que a teleconsulta é apenas um subitem, uma parte do todo. Além disso, quando o médico já conhece o paciente e continua o atendimento de forma digital, pratica-se o telemonitoramento, também outro avanço”. Portanto, telemedicina é um método que o médico precisa estudar, se atualizar para fazer um atendimento responsável e ético”. Entre os principais ensinamentos para o atendimento digital, o palestrante destacou as leis, portarias e resoluções, mas também o conhecimento sobre as endemias da região onde se propõem a atender remotamente, porque a responsabilidade está acima da conectividade. “Telemedicina e Telessaúde não aceitam improvisos”.

COVID-19 – LIÇÕES APRENDIDAS

O Painel Covid-19 – Lições Aprendidas reuniu três grandes nomes da medicina e lideranças das entidades médicas de Santa Catarina: o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Junior, como moderador, e os debatedores Jorge Abi Saab Neto, presidente da Academia de Medicina (Acamesc), e Daniel Ortellado, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-SC). Entre os destaques do debate, o entendimento sobre o necessário uso da tecnologia no cuidado com o paciente durante a pandemia, especialmente aqueles em tratamento de doenças crônicas e com maior grau de gravidade, que muitas vezes deixaram de ir ao consultório médico por medo de contrair o novo coronavírus, agravando o quadro e prejudicando o tratamento.

“Os médicos e todos os profissionais de saúde sofreram muito na pandemia, pelo excesso de exposição, preocupação com a saúde dos pacientes, deles e dos seus familiares. Talvez o legado negativo da pandemia seja o impacto psicológico que tem causado. O ponto positivo está nas aulas online que nós tivemos oportunidade de assistir, com conteúdo e palestrantes que não teríamos disponíveis presencialmente. O Summit ACM é mais uma demonstração desse avanço, com palestras ministradas por convidados tão ilustres de diferentes estados do Brasil. Acrescento ainda o ganho da telemedicina, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina e o Ministério da Saúde, viabilizando também a emissão de receitas digitais e exames, entre outras melhorias”.

Daniel Ortellado

“Sentir a morte de perto mexeu com todos nós. Mostrou que ninguém estava ou está imune, pois mesmo colegas vacinados desenvolveram a forma grave da doença. Não estamos mais no olho do furacão, mas ainda temos muita ventania e muita tempestade à nossa volta. O aspecto positivo da pandemia foi que aprendemos a ser menos consumistas, menos egoístas e mais humanos, assim como nos aproximamos mais da religião. Sobre a atuação das entidades médicas, a percepção geral foi positiva, em relação à velocidade de resposta frente à Covid-19. Além de ágil, foi também adequada, com a criação e a disponibilização de ferramentas ao alcance dos médicos e para beneficiar a população com a devida segurança”.

Jorge Abi Saab Neto

“Durante a pandemia, o médico Franco Colombelli viabilizou um transplante, por meio de um laudo emitido pelo site do CRM, e salvou uma vida. Para mim, esse relato é marcante demais e se destaca em meio a tudo que vivemos em quase dois anos de enfrentamento da Covid-19. Demostra que a inovação cresce na medida em que você entra nela. A partir disso, novas maneiras vão incrementando o processo. Outro legado positivo foi que antes estávamos fisicamente próximos e ainda assim distantes. Agora, passamos a trocar informações por meio digital com profissionais do mundo todo, de forma cada vez mais ágil, segura e eficiente. Não podemos perder essa capacidade de conexão”.

Ademar José de Oliveira Paes Junior

SIMPÓSIO SATÉLITE

A Unicred teve um espaço especial no Summit ACM, apresentando a experiência do cooperado e médico Cauê Gasparotto Bueno, que relatou sua jornada de empreendedorismo e inovação no período de um ano em que pôde estudar em Harvard, Estados Unidos. “Empreender é mais que abrir o próprio negócio. É resolver problemas. Eu vi que poderia trazer para o Brasil o que aprendi lá fora. De forma especial, destaco a Hackmed, que está desenvolvendo um braço especializado em investimento e em startups, começando com o programa de capacitação de investidores anjos, ou seja, pessoas físicas que querem investir em startups de saúde para apoiar essas iniciativas a chegarem onde sonham, transformando a vida de milhões de pessoas do sistema de saúde brasileiro”.

ACM Empresa

Durante o Summit ACM 2021 também foi apresentada aos participantes do evento uma das mais novas conquistas da entidade. Como forma de ampliar ainda mais suas ações em benefício do desenvolvimento da saúde em Santa Catarina, a partir de 2021 foi criado o ACM Empresa, que oferece apoio institucional aos associados em seus negócios médicos, com assessoria jurídica e serviços, proporcionando redução de custos, segurança e maiores resultados. A iniciativa oferece defesa setorial (mercado, regulação, tributação) nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e nas três esferas públicas (municipal, estadual e federal). A meta é ainda garantir a sustentabilidade da Associação, integrando um grupo de empresas de excelência, comprometidas com boas práticas de mercado e ética, promovendo o desenvolvimento do setor. Entre os serviços oferecidos, destacam-se: plano de saúde com valores reduzidos; plano odontológico; telefonia móvel; Sistema Nacional de Atendimento Médico; previdência privada; seguros empresarial, de vida, viagem, residencial automóvel e equipamentos; vale alimentação e refeição sem taxas.