Atendimentos vêm se ampliando em Santa Catarina: o mês e abril teve um crescimento de 1.600 casos, se comparado a março, apenas na rede pública estadual
O outono e o inverno são os períodos de maior circulação viral, e por isto há um significativo aumento do número de atendimentos e internações em crianças com a chamada ESRAG, sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave. Em levantamento feito pela ACM – Associação Catarinense de Medicina junto à SES – Secretaria de Estado da Saúde, fica demonstrado o crescimento dos casos em Santa Catarina, com uma grande diferença já nos números de atendimentos desse quadro viral na rede pública, entre os meses de março (2.077 casos registrados) e abril (3.691 casos). O problema tende a aumentar junto com a diminuição das temperaturas e exige cuidados na gestão de recursos humanos e físicos para cobrir as necessidades com a nova e sazonal demanda.
Já o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NuVEH) do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), na capital, registrou 230 internações com notificações para ESRAG, apenas no mês de abril. De acordo com a enfermeira Ana Paula de Araújo Costa, Coordenadora do NuVEH, os cuidados são ainda maiores em função da pandemia, que ainda precisa de atenção especial. Por isso, todos os pacientes também foram testados para Covid-19 para saber se as crianças poderiam ser internadas em quarto coletivo, ou se precisariam de isolamento. Das 230 crianças, 6 testaram positivo para o coronavírus, uma foi diagnosticada com Influenza A e outras 36 não positivaram para quaisquer vírus respiratórios. Em 187 crianças, o resultado dos testes virais detectou rinovírus, metapneumovírus ou o vírus respiratório sincicial, entre outros. A maioria dos pacientes tem idade entre zero e cinco anos, e os pacientes com menos de três anos tendem a ficar mais graves. O tempo de internação hospitalar varia de acordo com a gravidade do quadro e com a resposta do organismo da criança, mas em geral gira em torno de 15 dias, que se amplia em caso de necessidade de intubação na UTI. E é exatamente a capacidade das UTIs que começa a preocupar gestores da saúde, médicos e pais. Nestes primeiros dias de maio, dos 20 leitos de UTI do Hospital Infantil, 17 estão ocupados. “Por isso é necessário que pais e cuidadores fiquem atentos aos sinais”, alerta a coordenadora Ana Paula.
Cuidados necessários
O médico Marcos Guchert, infectologista pediatra do Hospital Infantil Joana de Gusmão, reforça que nos meses de maio a agosto há mais casos de vírus sinciciares respiratórios e de Influenza. “Depois da pandemia, a sazonalidade mudou muito, tem pelo menos dez vírus circulando por aí, causando bronquiolite, com muitas internações. Eles já existiam, mas depois do PCR para Covid, o Lacen (Laboratório Central) identificou os demais”. Então, o médico pede que os pais prestem atenção aos seguintes sinais:
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