A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) confirmou na tarde desta quinta-feira (dia 4 de abril) a primeira morte de macaco por febre amarela no estado. O primata, da espécie bugio, foi encontrado por um morador em Garuva, no Norte. Em 28 de março, a diretoria também confirmou o primeiro caso com morte de febre amarela contraído dentro do estado em um humano. O paciente era um homem de 36 anos que não havia se vacinado e que morava em Joinville, também Norte do estado.
Com esses acontecimentos, a diretoria da Dive-SC reforça à população catarinense que todas as pessoas acima dos 9 meses de idade devem tomar a vacina contra a febre amarela, que protege para toda a vida. Quem ainda não foi imunizado deve procurar uma sala de vacina para receber a dose gratuitamente. A campanha de vacinação contra a doença vai até 20 de abril. Até o momento, 61,47% da população catarinense está imunizada, conforme a diretoria. A DIVE/SC informa que distribuiu o quantitativo de doses da vacina contra a febre amarela para as 17 regionais de saúde do estado até o dia 03 de abril de 2019. O Ministério da Saúde (MS) enviou para o estado um total de 1.300.000 doses (em janeiro de 2019, 500 mil doses; em fevereiro de 2019, o quantitativo foi de 200 mil doses; e em março de 2019, recebeu 600 mil doses). A previsão de recebimento da próxima remessa enviada pelo MS é de 300 mil doses até o dia 14 de abril.
Só a vacina pode combater a doença
A presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, Renata Zomer de A. Muniz, reforça o alerta da DIVE Santa Catarina e reafirma a importância da vacinação no estado. “A vacinação é, de fato, a principal medida de controle da febre amarela”. A médica explica que a febre amarela é uma doença endêmica em florestas tropicais das Américas e África, podendo causar epidemias de impacto para saúde pública. “A transmissão urbana no Brasil tem como seu principal vetor o mosquito Aedes aegypti e o homem é seu hospedeiro. A doença não era registrada desde 1942, predominando desde então o ciclo silvestre. Porém, a urbanização e a falta de controle dos vetores podem ser alguns dos fatores que contribuíram para o surto atual”. O Ministério da Saúde indica dose única da vacina para as áreas com recomendação de vacinação em todo país desde abril de 2017. O reforço não é mais necessário por considerar que a imunidade protetora desenvolve-se dentro de no máximo 30 dias para cerca de 99% das pessoas que recebem uma dose da vacina.
Cuidados importantes
De acordo com a infectologista Renata Zomer, a imunidade ocorre cerca de dez dias após a dose da vacina, portanto ela recomenda medidas adicionais para a proteção de indivíduos que moram em áreas de risco recém-vacinados ou para aqueles que não podem ser vacinados. Entre as medidas adicionais estão:
– Usar repelentes de insetos que devem ser aplicados nas áreas expostas. Não usar repelentes por debaixo da roupa.
– Proteger a maior extensão possível de pele por meio do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de preferência largas, não coladas ao corpo, meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita a identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem.
– Passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, com portas e janelas fechadas e/ou protegidas por telas com trama adequada para impedir a entrada de mosquitos.
– Utilizar mosquiteiros corretamente arrumados para dormir.
– Fazer uso de repelentes ambientais durante todo o tempo em que estiverem em residências ou locais de trabalho, inclusive à noite.
– Crianças menores de 9 meses de idade, que não podem receber a vacina e nem usar repelentes de aplicação direta na pele, devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambiente protegido (refrigerado com portas e janelas fechadas ou protegidas por tela, com repelentes ambientais).
– Crianças maiores de 9 meses e adultos que, por contraindicação clínica, não possam ser vacinados ou que por qualquer motivo ainda não tenham recebido a vacina devem seguir as mesmas orientações descritas para os dez dias após a vacinação enquanto durar o surto de febre amarela.
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