ACM é a primeira entidade médica a conhecer novas propostas de gestão dos hospitais catarinenses

Novas reuniões com a entidade médica e com as Sociedades de Especialidades devem ser agendadas para 30 dias, após avaliação dos estudos apresentados pelo novo Plano de Gestão da Saúde
 
A Diretoria da Associação Catarinense de Medicina (ACM) foi convidada a conhecer as propostas que estão sendo estudadas pelo Comitê de Gestão Hospitalar e a Consultoria Roland Berger, que integram grupo criado pelo Governo do Estado para um novo planejamento e estruturação dos 14 hospitais públicos de Santa Catarina. O encontro aconteceu na noite desta terça-feira (14 de maio) na sede da ACM, com a presença dos secretários de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, e da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, o secretário adjunto da Saúde, Acélio Casagrande, o superintendente dos Hospitais Públicos Estaduais, Renato Almeida Couto de Castro, e ampla equipe de consultores que integram o novo Plano de Gestão da Saúde do governo Raimundo Colombo, além do vice-presidente da Associação Médica Brasileira (Região Sul), Murillo Ronald Capella, atual Diretor do Hospital Infantil Joana de Gusmão. O trabalho da equipe está em andamento e os dirigentes da entidade associativa dos médicos foram os primeiros a receber as informações até agora coletadas e analisadas pelo grupo, que estabeleceu um prazo de 20 semanas para a implantação de um novo modelo de gestão aos hospitais da rede pública estadual.
 
Durante o encontro, os diretores da ACM apresentaram suas preocupações relativas aos inúmeros problemas existentes nas unidades hospitalares do Estado, referentes ao financiamento insuficiente da saúde, carências de recursos humanos, judicialização do setor, condições precárias de trabalho, leitos e salas cirúrgicas desativadas, entre outros. Para colaborar com a equipe que estuda o novo modelo hospitalar, os médicos da Associação também apresentaram algumas propostas, destacando a efetiva ativação da Câmara Técnica criada pela ACM para a definição de critérios e diretrizes científicas que auxiliem a Secretaria de Estado da Saúde nas inúmeras decisões judiciais que concedem medicamentos especiais de alto custo a pacientes que ingressam com pedido na Justiça.
 

 
Também foi ressaltada a indispensável participação das Sociedades de Especialidades, ligadas à entidade médica associativa, na busca das soluções das dificuldades enfrentadas pelos hospitais do Estado. Por fim, os secretários de Estado e membros do governo foram convidados a conhecer e participar da Escola de Governança e Cidadania Ativa da ACM, na tentativa de ampliar os debates sobre a gestão pública, seus desafios e necessidades. Entre os temas propostos para novos debates está o dever de todo cidadão em defender o custeio real e adequado do SUS, assim como o acesso igualitário à saúde, que figura entre os direitos essenciais nas cláusulas pétreas da Constituição Federal.
 

 
“A Associação Catarinense de Medicina está sempre de portas abertas para ouvir propostas que representem melhorias à saúde dos catarinenses. O diagnóstico preciso das inconsistências de gestão, morosidade administrativa e desestruturação da saúde pública poderá permitir uma nova estratégia, que precisa vir com muita rapidez”, avaliou o presidente da ACM, médico Aguinel José Bastian Junior, ao encerrar a reunião na sede da entidade, colocando a ACM à disposição para um novo encontro para daqui a 30 dias, após avaliação dos estudos apresentados pelo novo Plano de Gestão da Saúde.