Mulheres são empreendedoras por natureza, nas suas casas e locais de trabalho, resolvendo as batalhas do cotidiano com criatividade e inovação, traçando estratégia para organizar uma agenda que só cresce, assim como suas responsabilidades e conquistas. Mas existem mulheres que resolveram empreender também de forma empresarial, colocando na prática projetos e sonhos profissionais, mostrando a força feminina nos mais diversos setores de atividades. Por reconhecer essa importante jornada, a ACM presta uma homenagem muito especial neste 08 de março, a todas as mulheres que diariamente superam desafios na busca pela felicidade própria e de quem está à sua volta.
IANANDA BARBIERI ORTIZ
Médica e empresária, sócia e diretora de Atenção à Saúde na Ephealth – startup de saúde, inovação e impacto social
“Ser mulher empreendedora é reconhecer que cada uma de nós tem sua própria importância e algo a oferecer no mundo dos negócios e, sobretudo, é ter a coragem de expressar quem somos apesar das diferenças culturais entre homens e mulheres. É não desistir frente a todos os obstáculos que vão aparecer. É persistir e resistir. Penso que na medicina a realidade já está mudando. Já somos maioria nos cursos, mas ainda com medo de empreender. Na verdade, o mundo todo está mudando. Especialmente na área de tecnologia, que vem abrindo caminhos e permitindo um equilíbrio maior entre vida pessoal e profissional, às vezes reduzindo o impacto da maternidade em meio ao trabalho. Tenho dois filhos e com apoio e organização, eles me deram mais força e coragem para seguir minhas metas. Ao longo da minha trajetória percebi que o maior limitador era meu próprio pensamento e não necessariamente o ambiente externo. E que tudo tem seu tempo, para aprender e para se programar, até ser possível de fato empreender, se esse for seu sonho. Assim, espero que as mulheres possam se apoiar mais, formando uma rede que fortalece e incentiva mais o nascimento de novas empreendedoras”.
ANDRESSA ROVEDA
Empreendedora em healthtech de impacto social positivo, empresa que atua em apoio à causa autista, busca o desenvolvimento da sociedade, aliando conhecimento e tecnologia para aumentar a eficiência de entrega de cuidados de saúde
“Empreender e começar um negócio, por si só já é bastante desafiador, é uma missão. Acredito que, mais do que o simples ato, o empreendedorismo feminino é um importante instrumento de transformação social e de conquista de espaço no ambiente dos negócios. Há anos as mulheres vêm lutando contra o medo e as expectativas sociais. É verdade que muito já foi alcançado, mas ainda estamos distantes da equidade que tanto se busca. Existem inúmeros desafios para a inserção das mulheres no mundo dos negócios, que só podem ser vencidos com autoconhecimento, ousadia e aprendizado contínuo, para enfrentar barreiras culturais e sociais, assumindo uma múltipla jornada. Penso que o momento atual exige de cada mulher uma força motriz maior, para seguir e mostrar todas as suas capacidades, a vontade de fazer a diferença. Por isso é muito importante que as mulheres colaborem umas com as outras, reconheçam e divulguem as iniciativas femininas. Mostrem o quão grande é a capacidade feminina para criar, inovar e desenvolver projetos incríveis, conquistando novos e mais espaços para transformar e crescer. Que possamos não apenas celebrar o Dia Internacional das Mulheres, mas promover, assim como a ONU tem feito desde 2014, o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino (em 19 de novembro), para incentivar cada vez mais a entrada das mulheres no mundo dos negócios”.
KARINA CHEREM SALUM DANTAS
Diretora Comercial de empresa de tecnologia há 17 anos e sócia de outra empresa que trabalha com desenvolvimento de sistemas
“Aprendi que não basta apenas querer empreender, temos que estar dispostas a enfrentar as milhares de barreiras que surgirão no caminho (e elas surgirão!). Acima de tudo, temos que acreditar no nosso potencial e no impacto que o negócio terá para as pessoas. Se nada disso fizer sentido, desista. No olhar feminino, empreender vai muito além de abrir a própria empresa. Na nossa visão, empreender é realizar um sonho profissional, conciliado com a vida pessoal. É dar conta de tudo (casa, trabalho, marido, filhos…). É ter sucesso, ter pulso firme sem perder a feminilidade. Como todos sabem, as mulheres são multitarefas e isso é um grande diferencial. Ao mesmo tempo, penso que o trabalho do homem e da mulher, de forma combinada, pode dar muito certo, desde que haja equilíbrio. Portanto, é essencial ser fortes, mas sem que se perca a sua essência”.
GISELE MACHADO
CEO da Halo Notoriedade e Embaixadora do Grupo Mulheres Acate, jornalista, especialista em marketing digital pela FGV e mestranda em Gestão do Conhecimento pela UFSC
“A maioria acredita que nós precisamos dar conta de tudo para que sejamos aceitas. Após vivenciar um câncer de mama eu aprendi a criar mais foco para obter mais resultados, tanto no campo pessoal, quanto e, sobretudo, no profissional. E focar significa não querer abraçar o mundo todo. Precisamos estar atentas ao que realmente é importante. Penso que os desafios da mulher empreendedora já foram maiores, porque atualmente já conquistamos vários espaços e posições, mas ainda há muito a vencer. Logo, a sororidade (união e aliança entre mulheres, baseada na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum) é algo muito importante, porque nos faz entender que podemos ocupar qualquer cadeira, em qualquer posição, de qualquer empresa. O que precisa estar em jogo é sempre a capacidade e não o gênero. Acredito ainda que um dos desafios para as empresas seja a equidade salarial, pois muitas mulheres ainda ocupam os mesmos cargos, mas não são valorizadas financeiramente como os homens. Por fim, gostaria de destacar duas lições importantes: primeiro, que o amor próprio é algo muito poderoso, a tal ponto de nos colocar em primeiro lugar, portanto, é preciso dizer SIM para nós mesmas é aprender a dizer NÃO para os outros; segundo é que menos é mais, assim, focar em menos projetos traz mais resultado e mais tempo de analisar e aproveitar os resultados com calma e alma”.
Por meio do seu representando junto à campanha, Dr. João Ghizzo Filho, a Associação Catarinense de Medicina elaborou documento para apoiar...
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