Alerta mundial sobre dengue

A dengue é a doença tropical que se espalha mais rapidamente no mundo e representa uma “ameaça de uma pandemia”, infectando 50 milhões de pessoas em todos os continentes, afirmou a OMS (Organização Mundial de Saúde).Transmitida pela picada de mosquitos fêmeas, a doença está ocorrendo de forma ampla devido à circulação de pessoas e bens – incluindo objetos como plantas de bambu e pneus usados -, bem como por inundações associadas às alterações climáticas, explicou a agência da ONU.
A doença infecciosa, de origem viral, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A dengue afetava apenas algumas áreas em de 1950, hoje está presente em mais de 125 países – um número muito maior do que a malária, historicamente a mais notória das doenças transmitidas por mosquitos. A vacina mais avançada contra a dengue é apenas 30 por cento eficaz, mostraram testes no ano passado. “Em 2012, a dengue foi classificada como a doença viral transmitida por vetor de mais rápida propagação com um potencial de epidemia no mundo, registrando um aumento de 30 vezes na incidência da doença nos últimos 50 anos”, disse a OMS em um comunicado.
Em 2012, a Europa sofreu seu primeiro surto desde 1920, com 2.000 pessoas infectadas na ilha da Madeira, em Portugal. O aquecimento global também contribui para o avanço da dengue. No mundo todo, 2 milhões de casos de dengue são registrados a cada ano por 100 países, principalmente na Ásia, África e América Latina, causando entre 5.000 e 6.000 mortes, segundo o especialista Raman Velayudhan, do departamento de controle de doenças tropicais negligenciadas da OMS.
 
Números são subestimados, diz especialista
Para o especialista da OMS, Raman Velayudhan, o número de 2 milhões de casos é subestimado, já que a doença se espalhou e hoje está presente em todos os continentes, afirmou ele. “A OMS estima que, em média, cerca de 50 milhões de casos ocorrem a cada ano. Esta é uma estimativa muito conservadora”, disse Velayudhan, acrescentando que alguns estudos independentes apresentam a cifra de 100 milhões.
“A dengue é a doença transmitida por mosquitos mais ameaçadora e de mais rápida propagação. Está propensa a causar pandemia, mas é uma ameaça apenas. Definitivamente, uma ameaça maior do que nunca”, alertou ele. A malária causou mais mortes, mas estava em declínio, afetando menos de 100 países. Falando a uma coletiva de imprensa após a OMS divulgar um relatório sobre 17 doenças tropicais negligenciadas que afetam 1 bilhão de pessoas, Velayudhan disse: “O mosquito vem silenciosamente expandindo sua distribuição. Então, hoje você tem (o) mosquito Aedes em mais de 150 países. A ameaça de dengue existe
em todo o globo.”
 
Santa Catarina age para a prevenção
O relatório da OMS alertando para a rápida propagação da dengue reforça a ação das secretarias municipais e Estadual de Santa Catarina que, para conter a proliferação do mosquito, realizam trabalho de prevenção durante todo o ano. Cada secretaria municipal tem seu programa instituído por meio da vigilância sanitária e epidemiológica, mas o programa estadual orienta cada secretaria com ênfase na prevenção. As operações são divididas em dois tipos de trabalho: armadilhas e pontos estratégicos. As armadilhas são pneus com água espalhados pela cidade para fisgar a larva do mosquito, o material é controlado a cada sete dias. Em Santa Catarina há cerca de 20 mil armadilhas. Os pontos estratégicos são áreas cadastradas pelas secretarias de saúde dos municípios, no Estado são 9.000, como borracharias, floriculturas, ferros-velhos, cemitérios, aeroporto e rodoviárias, onde há maior risco de proliferação. nestes pontos são feitas visitas periódicas de 15 em 15 dias.
Em Florianópolis há 1.031 armadilhas. O Continente é a região onde há mais casos suspeitos. Cintia Petroscky, bióloga do programa de controle da dengue, explica que a ponte funciona como uma barreira: “O raio de voo do mosquito é de 100m, ele não atravessa a ponte voando, vem transportado”. Até hoje, todos os casos de dengue suspeitos em Florianópolis contraíram a doença em outro município.
 
Fonte: A NOTÍCIA