O Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com os governos dos Estados do Amapá e do Pará, lançaram no fim de agosto uma Campanha Nacional de Combate ao Escalpelamento. O objetivo é orientar os moradores ribeirinhos e os donos de embarcações que cruzam a região a adotarem medidas preventivas para evitar acidentes. Frequente principalmente na região amazônica, desde 1982 o escalpelamento vitimou 393 mulheres e meninas apenas no Estado do Pará. Nos acidentes, as vítimas perdem parte do couro cabeludo e do rosto após terem os cabelos presos nas engrenagens desprotegidas das pequenas embarcações.
O número de acidentes de escalpelamento tem diminuído ao longo dos anos, mas eles ainda ocorrem. “No ano passado foram 12, este ano houve dois casos – nos dias 18 e 21 de agosto. Um, inclusive, foi de uma mulher de 48 anos, moradora de Abaetetuba, mesma cidade de Dira Paes, que é madrinha da Campanha. O outro caso foi de uma menina de 12 anos, de Portel, na Ilha de Marajó”, contabiliza Socorro Silva, coordenadora de Mobilização Social da Secretaria de Saúde do Pará.
Além de um vídeo, gravado gratuitamente pela atriz Dira Paes, que aceitou ser a madrinha da campanha, serão distribuídos cartazes e veiculados spots de rádio. Também foi elaborado um pequeno gibi para ser entregue aos alunos da região para estimular que ajudem no convencimento de seus pais.
As peças alertam as mulheres que usam as embarcações a prender os cabelos quando se sentarem perto dos motores e incentiva os barqueiros a procurarem o Ministério da Marinha para cobrir gratuitamente os eixos, serviço que é oferecido sem custos desde 2009. No entanto, ainda há receio de que ao fazer isso, o barqueiro sofra represálias.
O vídeo tenta eliminar esse medo e explica que os donos de barcos não serão multados e nem terão o barco apreendido, se buscarem a cobertura dos eixos do motor junto à Marinha.
O CFM, por meio da Comissão de Ações Sociais, decidiu abraçar a campanha contra o escalpelamento por entender que a informação é o melhor remédio para evitar este tipo de acidente. Caso outros governos estaduais mostrem interesse, o CFM disponibilizará o material gratuitamente. “O vídeo está excelente e quanto mais divulgarmos, menos mulheres serão vitimadas”, argumenta o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.
Clique aqui e assista o filme da campanha.
Fonte: CFM
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