No calendário da Associação Catarinense de Medicina – ACM, a mais importante data é 18 de outubro, quando se comemora o Dia do Médico e seu imenso trabalho, que coloca o paciente no centro da sua missão em defesa da vida. No ano em que a saúde moveu o mundo por causa da pandemia de Covid-19, e transformou tudo à sua volta, as homenagens e agradecimentos a esses profissionais tornam-se ainda mais importantes, merecendo a inadiável reflexão sobre a real valorização das suas atividades.
De acordo com o presidente da ACM, radiologista Ademar José de Oliveira Paes Junior, a pandemia demonstrou de forma ainda mais inequívoca a importância do médico na assistência. “Não há saúde sem médico. Nos últimos anos, a tecnologia e todos os seus importantes avanços ocuparam um lugar de relevância no setor, mas o grande protagonista segue sendo o profissional que presta o atendimento”. Além disso, o dirigente destaca um papel que às vezes pode passar desapercebido. “A medicina caminha ao lado do desenvolvimento social e econômico, para gerar a qualidade de vida desejada e merecida por todos”.
Santa Catarina tem hoje 22,5 mil médicos em atividades (no Brasil são mais de 500 mil), nas mais diversas especialidades e locais de atuação, desde os bancos universitários – na formação acadêmica, até os consultórios, clínicas, hospitais e postos de saúde. O curso de medicina se mantém entre os mais disputados em todas as regiões, tanto na rede pública de ensino quanto na rede particular, com duração mínima de 6 anos de estudos, com pelo menos mais dois anos para a especialização. Em todo o país, hoje existem 353 escolas médicas, distribuídas em 228 municípios, que oferecem 37.423 vagas por ano. Depois de formado, o maior desafio está em garantir as condições necessárias ao atendimento do paciente, incluindo o acesso ao diagnóstico e à consulta, seguindo por todo o tratamento da doença. Num país como o Brasil, essa jornada é repleta de dificuldades, que impactam de forma direta no exercício da medicina.
Para Ademar Paes Junior, os esforços dos profissionais vêm sendo reconhecidos pela sociedade. “Médicos foram merecedores de incontáveis homenagens nos últimos 18 meses, tempo em que estamos enfrentando o novo coronavírus no Brasil e em Santa Catarina. Foram muitos vídeos, mensagens, cartões especiais, músicas, moções e até premiações, despertando a emoção e um agradecimento verdadeiramente sincero de quem está na linha de frente de um dos mais desgastantes e difíceis momentos da saúde de todo o planeta”. Porém, o presidente da ACM destaca que é preciso mais. “Todo esse importante sentimento deve ser acompanhado por medidas efetivas e concretas junto aos milhares de médicos. Mais do que nunca é preciso modificar o quadro de históricas dificuldades enfrentadas, envolvendo as melhorias nas condições de trabalho e a digna remuneração. O assunto é complexo, mas necessário. Não se pode mais adiar. A saúde precisa de vez ocupar o lugar de prioridade sempre anunciado e nunca realizado, na certeza de que se trata da defesa do bem maior de cada um”.
A principal mobilização estadual no momento é para reforçar e reafirmar a necessidade de um Plano de Carreira do Médico, adequado à realidade da saúde e corrigindo antigas distorções, desfazendo graves injustiças e valorizando, de fato, aqueles que trabalham na área. “Reconhecimentos temporários e momentâneos, como as gratificações, têm destacada importância, mas estão muito longe de consolidar as transformações urgentes de um setor tão vital. Acima de tudo, é indispensável a consciência de que isso não é um privilégio, é um direito”.
Maior índice de confiança
Qual o profissional em quem você mais confia e acredita? O Instituto Datafolha foi às ruas, em 2020, para saber o grau de confiabilidade da população brasileira em diferentes categorias de trabalhadores. O resultado confirmou os médicos em primeira colocação, com 35% de aprovação, como aqueles que são depositários de maior grau de confiança e credibilidade por parte da população. Na segunda posição, aparecem os professores, com 21%, e os bombeiros, com 11%. Na pesquisa anterior, realizada em 2018, também pelo Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos tinham um índice de24%, que agora cresceu nove pontos percentuais. A mudança de patamar se deve, em parte, ao desempenho dos profissionais no enfrentamento da Covid-19.
Números da profissão no estado
No Censo Demográfico do Médico Brasileiro, de 2020, Santa Catarina registra os seguintes números:
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