Com a criação do Mais Médicos, o governo brasileiro transferiu de forma temerária para Cuba parte da responsabilidade pelo atendimento na atenção básica de saúde. Isso deixou o Brasil submisso aos humores do governo de outro país. Os impactos negativos previstos são os que estamos comprovando agora.
Diante da crise desencadeada pela retaliação do governo cubano ao povo brasileiro, ao anunciar nesta quarta-feira, 14/11, a retirada de seus intercambistas dos quadros do Programa Mais Médicos, a Associação Médica Brasileira (AMB) apresenta as seguintes sugestões de ações emergenciais:
Desde 2013, a Associação Médica Brasileira (AMB) vem alertando que o Programa Mais Médicos tinha propósitos meramente eleitoreiros e que partia de uma premissa equivocada: a de que não havia médicos em número suficiente no Brasil. O que não existe de fato são políticas públicas que atraiam e fixem esses médicos nos municípios, especialmente nos menores e nos mais distantes dos grandes centros. O governo brasileiro acabou lançando mão de importação de mão de obra, trazida numa condição análoga à escravidão: obrigada a abrir mão de mais de 70% do que o Brasil desembolsava e alocada independentemente das condições de trabalho existe
ntes, sujeita a atender pacientes sem os mínimos padrões de segurança.
Está claro também que o Mais Médicos não é um programa de assistência à saúde, mas de financiamento. Tanto da ditadura cubana (o que é péssimo) quanto dos municípios que aderiram ao programa (o que é ótimo, dada a escassez de recursos em muitas prefeituras para este fim).
Resolver a questão da oferta de médicos em locais de difícil provimento ou de difícil acesso não é viável com ações paliativas. A solução definitiva passa pela criação de uma Carreira Médica de Estado que valorize o médico brasileiro e que dê a ele perspectivas seguras e condições de planejar sua vida num horizonte de longo prazo.
Sabemos que não faltam médicos no Brasil. Hoje, somos 458.624 médicos. Um número suficiente para atender às demandas da população. Essa crise será resolvida com os médicos brasileiros.
A AMB se coloca à disposição para ajudar o governo federal e garantir que a população não fique desassistida. Não vamos aceitar esta sabotagem com o povo brasileiro.
Faremos a nossa parte.
Associação Médica Brasileira
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