Entrevista do presidente da ACM, Dr. Ademar José de Oliveira Paes Junior, ao colunista Renato Igor (NSC Total) – 18/10/2020 08h44
Desde o início da pandemia, há sete meses, oito médicos já morreram em Santa Catarina por complicações causadas pelo novo coronavírus. De acordo com a Coordenação Estadual de Segurança do Paciente, da Vigilância em Saúde e Secretaria de Estado da Saúde, 930 médicos já foram afastados das funções por casos confirmados e suspeitos de Covid-19. Muitos deles já voltaram às atividades, enquanto outros foram substituídos durante a quarentena. São profissionais que colocam em risco a própria saúde para salvar a vida dos pacientes.
No dia do médico, comemorado neste domingo (18), a coluna conversou com radiologista Ademar José de Oliveira Paes Junior, presidente reeleito em 2020 para a segunda gestão à frente da ACM (Associação Catarinense de Medicina). Atualmente, são 22 mil médicos em atividade no estado.
Qual o maior desafio enfrentado pelo médico hoje, ainda mais quando encaramos uma pandemia?
O maior desafio do médico está em garantir as condições necessárias ao atendimento do paciente, que é a razão principal de todo o trabalho realizado a cada dia. Porém, é necessário ver o enfrentamento da Covid-19 também sob o aspecto positivo, a começar pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde, que hoje é responsável pelo atendimento de mais de 87 milhões de brasileiros, em todo o país. Também a pandemia resultou numa busca sem precedentes ao conhecimento, indo além das respostas proporcionadas pela tecnologia.
O que mudou na relação médico/paciente com rede social/fake news e google?
As fake news representam o lado ruim dessas ferramentas, que deve ser combatida, de forma muito rigorosa na saúde. Notícias falsas certamente atrapalham e podem causar prejuízos irreparáveis quando o assunto é o bem-estar físico e mental. Já o conhecido “dr. Google” deve ser visto sob um ângulo diferente. O acesso à informação é importante e precisa ser defendido, da mesma forma que a liberdade e o conhecimento. Mas também é evidente que nem tudo que está na rede é verdade, assim como só a informação não representa a resolução de problemas, especialmente na saúde.
O senhor defende a volta às aulas presenciais em SC?
As crianças foram fortemente impactadas pela pandemia. Se a saúde física delas está um pouco mais protegida do vírus – como apontam os estudos pediátricos de todo o mundo, o mesmo não se pode dizer da sua saúde mental, que precisa ser vista com muita seriedade e responsabilidade. Diante desse entendimento, a Associação Catarinense de Medicina (ACM) tem participado dos debates sobre a volta às aulas junto da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP) e do Conselho Regional de Medicina (CRM-SC). Inclusive estamos auxiliando na intermediação do diálogo dos pediatras junto às Secretaria de Estado da Saúde e da Educação. A ACM deseja a volta às aulas, mas destaca que não se pode tratar desse tema sem a compreensão da questão médica e da pediatria para garantir a segurança de nossas crianças e adolescentes.
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