A Associação Catarinense de Medicina parabeniza o Dr. Roger Walz, que coordena o projeto ‘Potenciais Marcadores de Prognóstico e Alvos Terapêuticos aplicáveis às doenças neurológicas e psiquiátricas’
O médico e professor Roger Walz, do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) foi o vencedor do Prêmio Pesquisa de Destaque da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq/UFSC) e teve seu trabalho publicado em revista científica internacional de alto índice de impacto, a Molecular Psychiatry, do Grupo Nature. O reconhecimento foi resultado do seu trabalho no desenvolvimento de uma abordagem que utiliza amostras de tecido cerebral humano para o estudo de mecanismos envolvidos no medo e na ansiedade, tornando possível demonstrar de forma inédita a associação entre marcadores neuroquímicos específicos de estruturas cerebrais, e manifestações clínicas de ansiedade em seres humanos. “Isso amplia o conhecimento dos mecanismos neuroquímicos envolvidos com transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático”, salienta o médico cientista, que há seis anos tem coordenado o projeto ‘Potenciais Marcadores de Prognóstico e Alvos Terapêuticos aplicáveis às doenças neurológicas e psiquiátricas’, com financiamento da FAPESC, CNPq e FINEP.
O estudo é realizado pelo Núcleo de Excelência em Neurociências Aplicadas de Santa Catarina, que atua ainda com pesquisa clínica aplicada. O trabalho resultou na inovadora abordagem que facilita a compreensão de mecanismos do medo e da ansiedade, áreas ainda pouco compreendidas pela ciência médica. O diferencial é que foram analisadas amostras do tecido cerebral retirado dos pacientes – vivos – que foram submetidos a neurocirurgia da epilepsia, por não terem resultados em tratamentos com medicamentos. “A abordagem é considerada inédita, pois uma análise desse tipo só seria possível em cadáveres, mas como a cirurgia extrai o tecido cerebral dos pacientes, o material pode ser aproveitado para fins científicos, com todos os procedimentos seguros e sendo devidamente monitorados durante a intervenção”, explica o especialista.
O Dr. Roger Walz destaca a importância de ter seu trabalho publicado duas vezes na revista Molecular Psychiatry, do grupo Nature, periódico de alto impacto internacional. “Existem centenas de revistas científicas circulando. Quanto maior a relevância dos achados científicos, maior a chance de serem aceitos para publicação nas revistas mais ‘concorridas’, as chamadas de alto índice de impacto. Por sua vez, ao publicarem resultados relevantes, esses periódicos aumentam sua visibilidade, atraindo o interesse dos cientistas. Isso acaba resultando em uma retroalimentação positiva na qual as revistas mais lidas são procuradas por quem tem resultados melhores o que, por sua vez, aumenta a visibilidade de ambos (revista e pesquisador). Quanto maior a visibilidade da revista, maior a concorrência e o nível de exigência na qualidade e importância dos resultados.
“Uma vez que tenhamos resultados importantes é necessário que eles alcancem a comunidade científica para que possibilitem o avanço científico. Portanto, a publicação de alto impacto é, para um pesquisador, o reconhecimento da importância dos resultados da sua pesquisa. Para o país, é o reconhecimento de seu investimento em assertivo em pesquisa. Uma publicação desse porte traz consigo não apenas os resultados propriamente ditos, mas valores indiretos que foram agregados durante todo o processo científico. Esses valores muitas vezes acabam resultando em inovações com uma aplicabilidade imensa. Por exemplo, a descoberta dos RX e o entendimento do princípio de ressonância (para o surgimento de imagens médicas) a descoberta da penicilina (para a área de antibióticos) ou de anticorpos (para o futuro das vacinas)”, relata o destacado médico catarinense.
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