Presidente da SCI, Fábio Gaudenzi, concedeu entrevista para a ACM e destacou a importância da Associação Catarinense de Medicina na mobilização dos médicos sobre os cuidados com a população e na autoproteção dos profissionais, no momento de emergência de saúde internacional vivido na atualidade.
“A disseminação da informação correta e de fontes oficiais é uma das armas mais importantes contra o coronavírus no momento”. O alerta é do presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia, Fábio Gaudenzi, que destaca a necessidade dos médicos estarem permanentemente buscando dados atualizados sobre a doença que se espalha pelo mundo, com mais de 12 mil casos, com 259 mortos – todos na China, onde iniciou a epidemia e onde se concentra a imensa maioria dos casos. O novo coronavírus causa uma doença respiratória grave, com potencial para gerar deficiência de diversos sistemas do organismo humano. Cerca de 97% dos contaminados têm evolução para a cura, mas 20% dos casos se tornam graves, exigindo uma série de cuidados da sociedade e com os profissionais da saúde, que recebem os pacientes.
“Todos os países precisam se preparar para o adequado enfretamento da doença, com estrutura para diagnóstico correto e ágil, assim como mecanismos para o tratamento e isolamento dos casos. Ao mesmo tempo, os médicos também devem se preparar, conhecer as orientações sobre as condutas, que podem mudar com rapidez, de acordo com o quadro do coronavírus”, afirma o presidente da SCI. “É dessa forma que vamos poder ajudar a defender a saúde dos catarinenses e evitar a disseminação de notícias falsas, que só geram pânico”.
O infectologista destaca também a importante atuação da ACM, na orientação para que os médicos estejam atentos e se informem. “Neste momento, a ajuda da Associação Catarinense de Medicina é muito relevante. Enquanto não temos tratamento específico para combater o novo Coronavírus, temos que nos mobilizar e preparar com informações que resultem no melhor atendimento possível aos pacientes”.
PRINCIPAIS INFORMAÇÕES
O que é este novo coronavírus?
Trata-se de uma nova variante do coronavírus, denominada 2019-nCoV, até então não identificada em humanos. Até o aparecimento do 2019-nCoV, existiam apenas seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos, incluindo o SARS-CoV e MERS-CoV. Recomendamos evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza.
Quais são os sintomas de uma pessoa infectada por um coronavírus?
Pode variar desde casos assintomáticos, casos de infecções de vias aéreas superiores semelhante ao resfriado, até casos graves com pneumonia e insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória. Crianças de pouca idade, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves. No caso do 2019-nCov, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes.
Como reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus
Qual é a orientação diante da detecção de um caso suspeito?
Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Paciente deve utilizar máscara cirúrgica a partir do momento da suspeita e ser mantido preferencialmente em quarto privativo. Profissionais da saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção). Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias, como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizada precaução por aerossóis, com uso de máscara profissional PFF2 (N95). Estas são as recomendações atuais do Ministério da Saúde.
FONTES: Ministério da Saúde do Brasil / Organização Mundial da Saúde (OMS) / Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) / Sociedade Brasileira de Infectologia
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