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Transplantes de pulmão no país mais que dobraram em três anos

Os transplantes de pulmão realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais do que dobraram em três anos no Brasil. Em 2010, foram 60 cirurgias. Já em 2013, 134 pessoas receberam pulmões de doadores. São pacientes com doenças de nascença ou adquiridas durante a vida por diversos motivos, como o hábito de fumar. O aumento na quantidade de procedimentos se deve, principalmente, à expansão da rede do SUS e à descentralização da oferta de serviço. Os transplantes de maior complexidade foram os que mais cresceram no país nos últimos anos.
Os avanços concentram-se, sobretudo, nas cirurgias de órgãos sólidos, em que o crescimento foi de 18% entre 2010 e 2013, chegando a 7.579 atendimentos. Nesta categoria, destacam-se os transplantes de pulmão, cujo número de cirurgias realizadas mais que dobrou no período; e coração, com aumento de 60%. O de medula óssea, que se enquadra nos transplantes de tecidos, também está entre os de maior expansão, com aumento de 24,6% em três anos. O professor Luís Fernando Kalife nasceu com uma doença que debilita o pulmão e dificulta a respiração. Durante 20 anos, ele tentou enfrentar o problema apenas com tratamentos, sem nenhuma intervenção cirúrgica. Mas já na vida adulta, o professor foi surpreendido pela necessidade de se submeter a um transplante. A cirurgia seria a única possibilidade para recuperar a capacidade de respiração. Hoje ele conta que, graças ao transplante, foi possível recuperar a qualidade de vida. “Quando é transplantado, a gente consegue ter uma vida normal. Eu sigo minha profissão. Sou professor de literatura. Sigo a minha vida normalmente. Claro, com acompanhamento médico, mas nada me impede de fazer as coisas que eu quero no meu dia a dia”, conta Luís Fernando.
“Nós temos tido um intenso trabalho de capacitação de novas equipes, em um esforço muito grande de abrir serviços de transplantes onde não havia inicialmente.
Então, nós estamos com um esforço muito grande de fortalecer o transplante no interior de Minas, no interior da Bahia. Há um esforço, também, da parte do Ministério de que o transplante não se desenvolva apenas nas regiões dos grandes centros. Isso faz com que haja até uma redução da procura pelo transplante em estados como São Paulo, o estado que mais transplanta, mas a gente já vê um destaque muito grande, também, no Nordeste, no Ceará, por exemplo, e na própria capital, em Brasília”, comenta Heder. Entre 2010 e 2013, houve aumento de 12,4% na quantidade de serviços habilitados pelo Ministério da Saúde para realizar transplantes, passando de 660 para 742. Minas Gerais é destaque, com aumento de 30 unidades, mas também foram inaugurados novos centros de transplantes no Ceará, Pará, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo.
Fonte: ABC Digital

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