Entidade médica apoia medidas para o combate à violência doméstica e corrobora com ações que reforçam o relevante papel dos agentes de saúde em defesa da sociedade
A ACM – Associação Catarinense de Medicina abriu novamente as portas da sua sede, em Florianópolis, para a realização de mais uma importante reunião do movimento Vida Mulher, que vem realizando um destacado trabalho de integrar forças no combate à violência doméstica, de forma especial contra a mulher. Essa união envolve as diversas frentes que hoje já tratam do grande flagelo da violência, aglutinando pessoas, informações e ideias numa rede de proteção, cuidado e defesa aos direitos das mulheres. O novo encontro aconteceu na noite desta quarta-feira (10 de agosto) e teve como debatedores principais o promotor de Justiça Jadel da Silva Junior, membro do Neovit – Núcleo Especial de Atendimento a Vítimas de Crimes, e a deputada estadual Marlene Fengler, membro do Observatório de Violência contra a Mulher, da ALESC – Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Criado pelo Ministério Público SC, o Neovit atua junto à sociedade há 115 dias úteis, período em que já atendeu a 134 pessoas, 95% mulheres, por violência doméstica (55%), violência sexual (19%), estupro de vulnerável (11%) e outros tipos de crimes, na região de Florianópolis. Os dados foram apresentados pelo membro do Núcleo, que também destacou as dificuldades vividas pelas mulheres na verdadeira jornada em busca de seus direitos. “Muitas vezes, após sofrer a agressão, elas são atendidas por várias pessoas, repetindo as suas histórias de dor e sofrimento, até chegarem no cuidado que realmente precisam. Isso desestimula a denúncia e, pior ainda, desacredita o sistema de proteção”.
Debatedores: deputada estadual Marlene Fengler e promotor de Justiça Jadel da Silva Junior
Já a deputada Marlene Fengler ressaltou a indispensável integração de todas as forças numa grande rede qualificada, humanizada e segura para quem denuncia o abuso e a violência. “Sem isso, corremos o risco de ficar enxugando gelo”. Entre as ideias defendidas pela parlamentar está a capacitação especial dos agentes comunitários de saúde, para perceber e tratar das questões que envolvem violência doméstica, mas com todos os cuidados para preservar estes profissionais e a relação de confiança que têm junto à comunidade.
Nesse sentido, a médica coordenadora do movimento Vida Mulher, a reumatologista Giovana Ribeiro, apresentou a proposta de dialogar com os gestores da saúde de Santa Catarina, no sentido de promover um treinamento com esses agentes, tratando especificamente da temática. Dessa forma, eles seriam capazes de observar sinais de violência, permitir maior acolhimento e ajudar as vítimas. Essa e outras iniciativas passam a ser estudadas pelo grupo já integrado no movimento, que visa reunir inteligência e trabalho para transformar a vida de mulheres e famílias catarinenses.
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