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Novo presidente da ACM defende revisão no SUS e inovação na saúde suplementar

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Novo presidente da Associação Catarinense de Medicina, o médico Ademar de Oliveira Paes Júnior respondeu às perguntas do Papo Rápido. Falou sobre como, em seu novo cargo, pode ajudar a amenizar a crise na saúde no Estado, os desafios para o Sistema Único de Saúde e as dificuldades enfrentadas no setor de saúde suplementar. Leia a entrevista:
Santa Catarina vive uma crise na saúde pública. Como os médicos lidam com a falta de estrutura para trabalhar e qual contribuição a categoria pode dar para amenizar o problema?
A Associação Catarinense de Medicina não pode ficar passiva diante dos desafios do médico e do processo de transformação vivido na medicina, assim como não pode deixar de buscar a qualificação da assistência à saúde da população, seja na esfera pública ou privada. Acontece que o médico é hoje um dos elos mais frágeis na relação junto aos governantes e também junto às operadoras de planos de saúde. Assim, entre as ações mais importantes da ACM está buscar o acesso a dados confiáveis e ao diálogo com os gestores da saúde, demonstrando a realidade vivida pelos profissionais e pelos pacientes, cobrando respostas para que sejam garantidos o acesso ao serviço pela sociedade e a resolutividade dos problemas, exigindo condições adequadas para o trabalho e o atendimento. Com 80 anos de atividades, a ACM acompanhou a história da medicina e esteve presente nos principais momentos de mobilização em prol da saúde no estado. Além disso, individualmente os médicos contribuem todos os dias para amenizar os problemas enfrentados, muitas vezes sem a estrutura adequada nos hospitais, postos de saúde e até nas salas de aula dos cursos de medicina. O subfinanciamento da saúde e a falta de prioridade ao setor – especialmente na esfera federal – têm gerado problemas de todas as ordens, exigindo superação constante dos médicos, com desafios diários e crescentes. Nesse sentido, é fundamental que se diga: a maioria da categoria é formada por bons médicos, que praticam a boa medicina.
O SUS ainda pode ser considerado modelo no atendimento universalizado ou precisa ser revisto?
O Sistema Único de Saúe Sistema já tem pelo menos três décadas de existência no Brasil, o que, necessariamente, já implica na necessidade de revisão. Nada no mundo se manteve igual ou estático nos últimos 30 anos – foram décadas de intensas transformações, com a chegada da tecnologia em todos os polos e avanços sem precedentes, com novos desafios a serem enfrentados e também necessidades renovadas. Isso também é uma realidade na saúde, setor que mais reflete as mudanças, sejam elas sociais, econômicas ou políticas. Claro que os princípios centrais do SUS – universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde – o fazem um dos sistemas mais completos de saúde em todo o mundo. Mas também é inegável que estamos longe de alcançar tão sonhadas metas. Essa é mais uma razão para que o SUS seja revisto, de forma alguma para retirar direitos adquiridos, mas para tratá-los dentro da realidade, com a prioridade que a saúde precisa.
É cada vez menor o número de médicos que atendem pelos planos de saúde, por quê?
Os planos de saúde também vivem tempo de transformação e também enfrentam desafios, diante de uma assistência que se torna cada dia mais tecnológica e, portanto, com custos mais elevados a cada ano. Tudo isso acaba refletindo no médico que atende as empresas operadoras de saúde suplementar, na sua carga-horária de trabalho, na remuneração e na agenda de atendimento aos beneficiários dos planos. A ACM também visa a dialogar com essas empresas, na busca de soluções dos problemas existentes e que afetam aos clientes e aos profissionais que prestam os serviços. Acima de tudo, é necessário ser inovador na busca das respostas, fomentar a atualização e o uso racional da tecnologia, entre outras coisas. É certo que a saúde suplementar tem espaço de destaque num país de constante crise na rede pública, e por esta razão as dificuldades devem ser vencidas com eficiência e urgência.
Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini (14 e 15/10/2017).
Dr.Ademar

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