A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que visitou hospitais da Grande Florianópolis na terça (27) e quarta (28), protocolou na manhã desta quinta-feira (29) um relatório destinado ao governador do estado com os problemas encontrados nos estabelecimentos visitados. De acordo com o documento, “grande parte dos problemas encontrados já está ocorrendo há muito anos, independente da greve”. A paralisação dos servidores da saúde no estado começou no dia 23 de outubro.
Na quarta-feira (28), a comissão, juntamente com outros deputados e integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde Público Estadual e Privado de Florianópolis (SindSaúde), visitou o Instituto de Cardiologia, o Hospital Regional de São José e a Maternidade Carmela Dutra. No relatório, a comissão pede uma audiência com o governador para tratar da greve dos servidores.
De acordo com o relatório, foram diagnosticados no Instituto de Cardiologia problemas como o fechamento da emergência, que mesmo antes da greve já vinha funcionando com dificuldades, e a falta de funcionários.
O Centro Cirúrgico e unidade de UTI semi-intensiva estavam fechados e dos 15 leitos, só dez estavam em funcionamento. Havia pessoas acomodadas em cadeiras nos corredores, falta de equipamentos, falta de médicos especialistas, falta de leitos na UTI e carência no setor administrativo. Mas o maior problema apontado pela direção do hospital foi a falta de técnicos de enfermagem e enfermeiros.
A direção do Instituto solicitou à Secretaria Estadual de Saúde nove cardiologistas, seis anestesistas, 50 técnicos de enfermagem, 15 enfermeiros e dez técnicos administrativos. Os funcionários contratados para o Hospital Regional de São José poderiam ser cedidos através de hora extra, mas de acordo com o diretor Romuldo Leoni Tiezerin, não há como montar uma escala contando apenas com esses servidores.
Já no Hospital Regional de São José a contratação de 500 novos funcionários amenizou o problema de falta de pessoal, mas ainda há dificuldades no período noturno. De acordo com o relatório, faltam médicos para algumas especialidades, como anestesista. Seria necessário contratar pelo menos mais 20 profissionais para atender a demanda. O Regional conta com sete sala cirúrgicas, mas só quatro funcionavam desde antes da greve. Havia 12 leitos de UTI abertos e seis fechados, que precisavam de equipamentos para funcionar.
A Maternidade Carmela Dutra conta com 103 leitos, mas 35 estavam fechados. A maternidade estava atendendo com 30% da capacidade, sendo que, antes da greve atendiam em torno de 70%. Faltavam médicos obstetras e pediatras, e precisam ser contratados pelo menos mais 30 enfermeiros.
O hospital atende 2500 pessoas por mês, realiza cerca de 400 partos por mês e oito cirurgias ginecológicas por dia. Existem pacientes esperando por uma cirurgia de reconstituição de mama há quatro anos. No Carmela faltam materiais simples, como copos plásticos, fita adesiva, canetas e até assento para os vasos sanitários utilizados pelas funcionárias.
Ao final do documento, foi relatado que “ficou clara a insatisfação dos funcionários, mesmo dos que não aderiram à greve. Eles se sentem abandonados pelo Governo do Estado. Estão fazendo um pedido de socorro. A greve apenas tornou público e mais evidentes os problemas graves que o setor vem enfrentado”. De acordo com a assessoria do governador, o mesmo está participando de audiências em Brasília e ainda não recebeu o relatório.
Fonte: G1/SC
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