Em 07 de abril se comemora o Dia Mundial da Saúde. Talvez essa data nunca tenha sido tão importante no calendário dos últimos 100 anos, diante do desafio da pandemia da Covid-19, que já matou 70 mil pessoas e infectou mais de 1 milhão, em todo o planeta. Imensas e inúmeras reflexões são indispensáveis quando o isolamento passa a ser a única medida concreta contra um vírus, que driblou a tecnologia e os grandiosos avanços conquistados nas últimas décadas, para mostrar que ainda está nas mãos dos seres humanos a possibilidade de evitar a transmissão da doença, de salvar vidas e de ir atrás de uma cura.
Que saúde é essa que ainda se mostra tão frágil? Como fortalecer a saúde a ponto de vencer ameaças inimagináveis em pleno século do conhecimento e da transformação digital? O que a saúde precisa aprender diante do cenário das ruas e vazias e dos leitos lotados das UTIs? As perguntas são muitas e certamente vão modificar alguns conceitos, entre eles a ideia de que saúde depende apenas da assistência. Muito além disso, é preciso união de forças e estratégia de gestão para congregar necessidades que vão desde o saneamento básico até o financiamento responsável das ações que vão gerar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.
É claro que vamos vencer a pandemia, mas a um custo imensurável, com a perda de tantas vidas. Também é evidente que vamos nos reconstruir e resgatar a economia e a nossa forma veloz de viver. Somos sobreviventes de outras guerras e inimigos. Porém, temos a oportunidade de tirar grandes aprendizados disso tudo, entre eles a renovada descoberta de que o bem maior é a nossa saúde, daqueles que amamos e também de quem sequer conhecemos, mas coabita o mundo à nossa volta.
Em meio a mudanças e dúvidas que ficarão depois que tudo passar, a única certeza é de que os verdadeiros heróis dessa guerra vestem jaleco e avental branco. Por isso, os profissionais da saúde merecem nossos aplausos e valoroso reconhecimento, que deve ser concretizado, acima de tudo, com condições dignas de trabalho, respeito e segurança.
Ademar José de Oliveira Paes Junior
Presidente da ACM – Associação Catarinense de Medicina
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