Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, a taxa de incidência da tuberculose no Brasil ainda é considerada uma das mais altas do mundo, com 38 casos a cada 100 mil habitantes. Mesmo com índices abaixo da média nacional (27 registros a cada 100 mil pessoas), as autoridades de saúde mostram-se preocupadas com a propagação a doença no estado, em especial entre os grupos considerados mais vulneráveis, como soropositivos, a população carcerária e moradores de rua.
O tema foi debatido na manhã desta segunda-feira (11) durante a reunião do Comitê de Controle Social da Tuberculose, realizado na Assembleia Legislativa. O grupo, reunido para deliberação pela primeira vez, é formado por representantes do governo estadual, técnicos municipais, entidades sociais e Ministério Público, e tem por objetivo coordenar as ações de enfrentamento à doença, objetivando principalmente suas causas sociais.
A propagação da tuberculose, explicou a coordenadora do comitê, Nardele Maria Juncks, está intimamente ligada a questões socioeconômicas. A doença infectocontagiosa atinge principalmente populações carentes, com poucas informações sobre formas de contágio e dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
Em Santa Catarina, 22% dos casos registrados estão associados à Aids, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul entre os estados, e muito acima da média nacional, de 9%. No sistema carcerário os números são ainda maiores, com 1 mil casos a cada 100 mil pessoas.
“Este é um trabalho voluntário, feito por pessoas que lutam por esta causa, como integrantes da Pastoral Carcerária e do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids. Daí a importância do comitê para planejar e estruturar as ações em cada município ”, disse.
Adesão ao tratamento
O Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose é transmitido nas gotículas eliminadas pela respiração, por espirros e pela tosse. A maior parte da população tem contato com o bacilo, mas não apresenta a doença, que se desenvolve principalmente em quem tem o sistema imunológico enfraquecido, afirmou o diretor-executivo do Gapa de Chapecó, Ricardo Malacarne. Atualmente, a enfermidade é uma das principais causas da morte entre os portadores do vírus HIV.
O tratamento, com duração de cerca de seis meses, é realizado por meio de antibióticos, sendo fundamental que seja feito sem interrupções. Na maioria dos casos, a internação no hospital não é necessária. “Atuamos na conscientização sobre a importância da adesão e a continuidade do tratamento, que deve ser seguido à risca para que seja eficaz”, disse.
Fonte: Agência AL- ALESC
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