Nilza Medeiros Perin
Pediatra Gastroenterologista
Presidente da SCP – Associação Catarinense de Pediatria
Hoje, 27 de julho, comemoramos o Dia do Pediatra. O termo “pediatria” teve origem em 1880 e surgiu da junção das palavras gregas paidos (criança) e iatreia (processo de cura). Mas a função do pediatra vai muito além de tratar doenças, passando por acompanhar o desenvolvimento da criança e orientar seus familiares sobre os cuidados essenciais para proporcionar uma melhor qualidade de vida.
A assistência pediátrica é fundamental para a abordagem integral do bem-estar da criança em diversas esferas e o pediatra é o profissional capacitado para coordenar este cuidado. Infelizmente, é preocupante a desvalorização do trabalho do pediatra no SUS e na Saúde Suplementar. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (2019) apontam que 30% dos casos de rotina e 45% dos atendimentos emergenciais de crianças e adolescentes não são realizados por pediatras no país.Ao mesmo tempo, o número de consultas de puericultura está muito abaixo das recomendações mínimas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
Além disso, existe uma distribuição desigual de pediatras: 55% estão na região sudeste. De acordo com a Demografia Médica 2018, do Conselho Federal de Medicina, o Brasil tem alta densidade de pediatras e, 27 estados possuem, em média, 20,8 especialistas por grupo de 100 mil habitantes, índice comparável a países com o maior desenvolvimento socioeconômico. Tendo como parâmetro esse panorama, é possível concluir que o problema não é a falta de especialistas, mas a falta de um plano público de carreira e salário.
A presença do pediatra em todos os níveis de atenção à saúde deve ser garantida na rede pública, levando em conta os direitos de crianças e adolescentes ao acesso a profissionais com formação específica e diferenciada, na contramão do movimento que tem retirado os pediatras da atenção básica. A ausência do pediatra traz desdobramentos e acaba transferindo para os prontos-socorros a porta de entrada dos pacientes, distorcendo a lógica do fluxo do atendimento pediátrico.
Por todas essas razões, este dia tão especial tem a missão reafirmar que o pediatra, pela sua formação e capacitação, deve ser devidamente valorizado. A Infância e a Adolescência merecem atenção prioritária por parte do Estado e do Governo. É preciso cuidar das nossas crianças com competência!
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