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Informativo Gripe

Em 2009, com o surgimento de um novo subtipo com potencial pandêmico, o Influenza A (H1N1), a gripe tornou-se um assunto de grande relevância.
 
No ano de 2012, observamos novamente maior circulação do vírus Influenza A (H1N1), acarretando aumento no número de notificações de casos de gripe, com a ocorrência de óbitos.
 
A Divisão de Vigilância Epidemiológica da SES/SC (DIVE), baseada nos dados obtidos através das fichas de notificação,apresentou claramente a associação dos casos que foram a óbito com pacientes portadores de doenças crônicas (independente da faixa etária). Frente a estas informações, a atenção dos profissionais de saúde para com estes pacientes, seja no seu encaminhamento para vacinação específica, seja no atendimento diferenciado, quando apresentarem manifestações sugestivas de síndrome gripal, é de fundamental importância.
 
As medidas de enfrentamento da gripe são baseadas em três pilares:
 
1. Redução da transmissão do vírus com as medidas de etiqueta da tosse e lavagem das mãos, com consequente redução de circulação viral.
2. Proteção das faixas mais vulneráveis para doença grave com vacina (e aqui se incluem os pacientes portadores de doenças crônicas, que devem ser encaminhados pelo médico com receituário indicando a vacina às unidades de saúde municipais).
3. Tratamento precoce com o anti-viral específico dos casos síndrome gripal (SG) ou com fatores de risco (incluem-se os portadores de doenças crônicas) para desenvolver doença grave.
 
Portanto, a Associação Catarinense de Medicina, alinhada com a DIVE e com a ACAPTI, conclama um alerta a todas as equipes de saúde, sobretudo ao médico, para identificar rapidamente os pacientes com síndrome gripal – SG – (febre, tosse e dor de garganta, podendo estar acompanhados de cefaleia, mialgia, artralgia e sintomas catarrais), medicando prontamente com oseltamivir os portadores de fatores de risco (menores de 2 anos, gestantes em qualquer idade gestacional, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas e as população indígenas). A critério do médico examinador, outros pacientes podem ser tratados. Lembramos que a melhor ação da medicação ocorre nas primeiras 48 horas de doença, fato que reforça a necessidade de avaliação e tratamento precoce. Também fica a critério médico a solicitação de exames para portadores de SG: radiografia de tórax para identificação precoce de alterações pulmonares, oximetria/gasometria, hemograma para triagem de complicações infecciosas, LDH como marcador de lesão pulmonar e CPK como marcador de doença grave.
 
Todos os pacientes com SG e que apresentarem sinais de gravidade, sobretudo dispneia, hipoxemia ou alterações radiográficas pulmonares, requerem atenção redobrada, com início imediato de oseltamivir. Realização de exames complementares para definição da conduta, encaminhamento para unidade com suporte adequado e medidas de vigilância epidemiológica (coleta de secreção nasofaríngea para determinação de agente etiológico e notificação do caso internado de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG – definida como febre, tosse e dispneia), devem ser procedidos. A instituição de antibióticos para cobertura de agentes bacterianos, na abordagem clínica inicial destes pacientes, não deve ser esquecida, seguindo as diretrizes para tratamento de pneumonias comunitárias.
 
Com tais medidas há uma redução importante na progressão para doença grave, e consequentemente, redução nos óbitos.
 
Reforçamos que:
 
• O tratamento deve ser iniciado na suspeita clínica.
• O início do tratamento deve ocorrer independentemente de solicitação ou resultado de exames confirmatórios e da notificação.
• É fundamental garantir medidas de suporte ao doente.
• Deve-se avaliar a necessidade de tratamento para infecções bacterianas secundárias.
GRIPE É GRAVE E TEM TRATAMENTO!
 
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina mantém em seu site www.dive.sc.gov.br links para os protocolos de conduta, a especificação das doenças crônicas que se aplicam a vacinação e demais informações pertinentes.
 
A campanha vacinal deste ano, dar-se-á no período compreendido entre 16 a 25 de abril.
 
 
Concetta Esposito
Médica Pneumologista do Hospital Nereu Ramos da SES/SC.
Diretora Sócio-Cultural da Associação Catarinense de Medicina.

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