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Médicos apoiam regras para cursos de medicina

O maior controle do governo para a abertura de cursos de medicina foi bem recebido por médicos e instituições de ensino. As entidades, no entanto, apontaram entraves para sua implementação. A partir de agora, o governo federal vai definir em que cidades serão abertos novos cursos da graduação, priorizando locais com carência de cursos e profissionais. Caberá às instituições se candidatarem a instalá-los. Até aqui, o pedido era feito ao Ministério da Educação de acordo com o interesse das instituições de ensino. Ontem, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) deu mais detalhes sobre a nova política, como a possibilidade de financiamento público para que instituições abram escolas em cidades em que faltam médicos e vagas. “O processo começa a andar no trilho, a abertura de cursos deixa de ser indiscriminada. E deixa de atender o pedido de balcão”, diz Roberto DÁvila, presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).
“Apesar de a medida ser um pleito antigo da categoria, ela não vai resolver a má distribuição de médicos no país e sua aplicação não é simples”, argumenta DÁvila. “Quem vai garantir que o corpo docente será qualificado, que o hospital será de bom padrão e que haverá mesmo necessidade social de cursos no local?”, afirma. Na visão de DÁvila, será “muito difícil” que hospitais de ponta se interessem em abrir faculdades no interior.
Pode haver interesse por universidades federais “a depender do plano de desenvolvimento de cada instituição”, diz Paulo Márcio de Faria, membro da diretoria da Andifes (associação de reitores). Reitor da Universidade Federal de Alfenas, ele pondera que as unidades públicas, ao contrário das privadas, dependem de fatores adicionais para participar do chamamento. “O que mais impacta para a universidade na criação de cursos é a liberação de vagas para professores. O edital poderia minimamente assegurar que a proposta aprovada tenha novas vagas [para concurso].”
Diretor-executivo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), Solon Caldas vê a iniciativa como “louvável”, e reforça a necessidade de investimento público mesmo para candidatas privadas. “O governo tem que estar ciente que vai ter que investir na infraestrutura regional para receber os cursos.”
 
Fonte: Jornal Folha de São Paulo

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